18.5.15

Reparei no meu reflexo hoje e percebi que eu era eu. Um lábio com sorriso pronto. Olhos cansados, ressaltados pela lente dos óculos. Um sinal perto do olho direito, me agrada. O lado maior do rosto, amenizado pelo cabelo solto. Nariz grande, rosado e pouco importante. Umas marcas de acne outras da idade...

3.5.15

Vírgulas e copos

As trocas das coisas na mesa de um bar
acontecem como vírgulas
no meio das conversas.

Qualquer conversa serve para o bar,
assim como qualquer copo serve para a cerveja
e qualquer isqueiro para um cigarro.

Qualquer banquinho serve.

Se tiver um tira gosto
ou um salgado com gosto de óleo,
serve também.
O que não serve é qualquer pessoa.
Qualquer um não tem serventia.

O bar é o lugar de onde a gente se vê.
A onde a gente encontra a nossa gente.
Por isso, também não pode ser qualquer bar.
Um bar qualquer nem sempre tem serventia.

Sempre tem alguém no bar fingindo que não serve pra nada.
E da mesma forma, tem gente que serve de mais.

Abre garrafa,
Dá o troco,
Anota pedido,
Trás os copos,
Põe umas vírgulas nas conversas…

Aline F.
Exercício de Observação
Dulcineia Alucinada ~estudos~
abril/2015

1.4.15

Daqui

Eu te vejo de um ângulo que talvez ninguém veja...
Acho que ninguém mesmo.
Meu olhar e seu ângulo se encontram e isso é único.
O contorno do seu rosto,
sua pele íntegra,
descoberta
entre os pelos da sua barba, sobrancelhas, cabelos, olhar e sorriso.
Daqui
Está construído nosso momento único.
Onde meu sentimento transborda pelo olhar
e respiro no seu sorriso,
quase suspiro,
quase sussurro.

30.3.15

fragmento nº1

Tem tantas coisas na minha cabeça.
Coisas desconexas, coisas importantes, coisas banais,
coisas misturadas, todas com a mesma urgência.
Pergunto-me com a mesma frequência
"O que será da minha vida?"
e "para onde levarei o sofá?".
"Como faço para ganhar mais dinheiro?"
e "Por que esses pernilongos insistem em me picar?"

29.3.15

Hoje eu queria escrever poema para aqueles que tem coragem de lutar e de amar.