16.4.13

Sobre Mulher-Solidão

Estou fingindo que não me importo.
É isso que faz a mulher do meu tempo.
De pé forjamos a alegria.
Exaltamos nossa independência
e sem a sorte de encontrar o que nos completa
seguimos, sempre erguidas.
Mas essa não é a questão.
A questão é a inovação desse tempo
onde não é preciso se ter, um ao outro.
Os tabus estão despedaçados na mente dos meus
e a consequência é enfrentar o escuro só.
As relações despadronizadas são um eterno mistério.
Falo de olhares e gemidos perdidos no espaço.
Sem o menor escrúpulo estão desinteressados em se repetir.
Intensidade é uma palavra desconhecida.
E eu, eu preferia me isentar deste tipo de inspiração.

Sobre Mulher-Solidão
Aline F.
outono, em lágrimas, 2013.