25.7.12
22.7.12
Um dia normal ou a vez que um rato me destruiu
O subúrbio dos outros é
amedrontador. Meu subúrbio, minha periferia, meu bairro afastado do centro, é
muito mais comum a mim e aos meus vizinhos, que já estão acostumados comigo, e
eu com eles.
Claro que deixar um lugar onde
você sempre esteve desde sempre é algo complexo e doído, mas tudo me parecia
suportável até que cai do salto, derrubada por um rato.
Meu pulo estava alto, um salto
perfeito, mas o roedor já mencionado acentuou o significado da palavra solidão
me puxando para o fundo do poço.
Tem gente que acha que já sentiu
de tudo, mas até os medos tem sabor diferente conforme a situação. O impacto da
queda gerou dores nas veias dos olhos e em certos pontos da coluna e do
quadril.
A guerreira que vai às ruas
gritar ou criar foi derrotada por um bicho pequeno em poucos segundos e
arrasada me recordei agora de uma canção da Rita Lee, em que malucos afundam
fragatas, mas tem medo de baratas e isso para mim deveria ser normal.
Acho normal sentir esse pavor e
não querer ficar nesse lugar nunca mais. Normal ligar para pedir socorro, por
não conseguir me mexer de tanto medo. Normal chorar como se tivessem arrancado
um pedaço de mim a partir do momento que o vi fugindo para a cozinha. Normal
sim, como uma touca com aba ou um tipo de rock sem guitarra, baixo ou bateria.
Aline F.
17/07/2012
17/07/2012
Sem título
Meus olhos estão vermelhos
E eu nem sabia que de tanto
chorar
Um olhar ficava assim, sangrando.
Eu estou de TPM.
Dessa vez sem pílulas azuis e
brancas,
já há alguns dias sem as
cor-de-rosa também...
Psicologicamente já sinto até as
cólicas.
Desempregada, perambulando pra lá
e pra cá, caçando uma inspiração de vida.
Ainda faltam cinco meses para o
ano acabar.
Em épocas assim eu deveria ficar
trancada numa jaula, que nem um lobisomem,
Eu poderia até ser uma atração de
circo ou uma performer...
O fato é que minha falta de
perspectiva seca minhas inspirações
E isso, claro, acentua na TPM.
É até engraçado: moças por aí
gerando seus bebês, comprando seus lares, beijando seus pares e eu tentando
persuadir meu pai a pagar minhas contas de telefone.
HOJE EU NÃO QUERIA EXISTIR.
Aline
Fonseca
28/07/2010
28/07/2010
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